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Nova exposição traz reflexão sobre ser indígena em grandes cidades   

Mostra estreia dia 18, no Centro Cultural Sesi São José dos Campos 

 Por: Comunicação Regional
08/10/202408:44- atualizado às 08:44 em 08/10/2024

O Centro Cultural Sesi São José dos Campos recebe, a partir do dia 18 de outubro, a exposição Terra Terreno Território. A mostra, que reúne 50 obras da fotógrafa e artista visual Dani Sandrini, fica em cartaz até 9 de março de 2025. Nove obras são táteis e dez possuem audiodescrição. 

Com curadoria de Wagner Souza e Silva, a exposição traz uma reflexão sobre como é ser indígena em grandes cidades no século XXI. Para provocar o público, Dani Sandrini utilizou técnicas artesanais de impressão fotográfica do século XIX. 

"A intenção é lembrar que muitos indígenas vivem ao nosso lado e nem nos damos conta. Já se perguntaram o porquê de essa história ter sido apagada?”, disse Sandrini, que, durante o projeto, fotografou pessoas de diversas etnias, de várias regiões do país, de forma espontânea ou posada, em suas atividades do dia a dia, rituais ou celebrações, por exemplo. 

Um exemplo foi a impressão em papéis sensibilizados, em um processo chamado de antotipia — uma técnica que aplica pigmentação vegetal como material fotossensível. Dez obras foram feitas com o método, utilizando pigmento extraído do fruto jenipapo. 

A mostra ainda conta com imagens impressas em folhas de plantas, como taioba, batata-doce e cúrcuma. A fotógrafa usou a própria clorofila como agente para produzir a imagem. As duas técnicas utilizadas se dão através da exposição à luz solar, fazendo com que cada trabalho levasse de três a seis semanas para ficar pronto. 

  

Foto:Divulgação

 

 

“Dependendo da incidência de luz natural diretamente na imagem, por exemplo, pode levá-la ao apagamento”, explicou a artista. "A proposta favorece também a discussão acerca da fotografia, com seu caráter de memória e documento como algo imutável, ampliando seus contornos e podendo se vincular ao documental de forma bem mais subjetiva. A certeza é a transformação. A foto não congela o tempo. Os suportes que aqui abrigam as fotografias geram outros significados”, complementou. 

  

Terra Terreno Território 

Nasceu do projeto Darueira, em 2018, contemplado no 1° Edital de Apoio à Criação e Exposição Fotográfica, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo por meio da Supervisão de Fomento às Artes. Realizado, em 2019, ganhou exposição na Biblioteca Mario de Andrade, de outubro a dezembro. Em 2020 (no formato online), passou pela Galeria Municipal de Arte, do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes (Chapecó/SC), pelo Cali Foto Fest (Colômbia) - exposição virtual e projeções urbanas, além apresentação virtual na abertura do festival – e esteve no Pequeno Encontro de Fotografia (Olinda/PE). Em 2021, integrou o Festival Photothings (exposição online no metrô de São Paulo; ensaio escolhido para integrar a Coleção Photothings) e foi tema de conversa no Fórum Virtual - Fotografia Experimental (Argentina) e de palestra no Interfoto Itu, em 2021. Em 2022, Terra Terreno Território foi selecionada para a coletiva Exposição Latinas en Paris (Fotografas Latam, Fundación Fotógrafas Latinoamericanas), na Galerie Rivoli 59; circulou por unidades do SESI São Paulo - Itapetininga, Campinas e São José do Rio Preto; e integrou a coletiva Acervo Contemporâneo do Museu de História e Arte de Chapecó, SC. Em 2023, a exposição ocupou a Galeria de Fotos do Centro Cultural FIESP (SP), o Centro Cultural Matarazzo (Presidente Prudente, SP), a Pinacoteca Municipal Dr. Antônio Cintra e esteve no Festival Amparo em Foco (Amparo, SP) e no festival internacional Indian Photo Fest. Em 2024, fez temporada no Centro Cultural SESI Ribeirão Preto. 

 

Foto:Divulgação

 

Dani Sandrini - Fotógrafa, educadora e artista visual radicada em São Paulo, Brasil, Dani Sandrini fotografa comercialmente desde 1998, e desde 2014 desenvolve projetos mesclando fotografia documental/imaginária com impressões artesanais ou experimentais. Em seu ttrabalho, tem estudado o entrelaçamento de materiais e suportes com as imagens fotográficas e a ação do tempo sobre elas. Dependendo do projeto e de sua singularidade, sua fotografia pode ser simplesmente tirada com câmera digital e colocada em papel ou telas, mas também pode conter outros elementos que acrescentem significado à imagem final, além de camadas extras de subjetividade. Dani tem experiência em processos fotográficos artesanais e desenvolve projetos utilizando tranferprint, pinhole, cianotipia, antotipia e fitotipia. Nos últimos anos, seu projeto terra terreno território, sobre os povos indígenas do século XXI, vem circulando por grandes cidades. Capturadas digitalmente em São Paulo, as imagens expostas são impressas em folhas de plantas e também com o pigmento natural extraído do jenipapo. Este projeto esteve em exposições nas seguintes localidades: São Paulo, Itapetininga, Campinas, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Amparo, Olinda, Chapecó (Brasil), Colômbia, França, Portugal e Índia.