O CAT SESI São José dos Campos celebra 40 anos e a nossa história só é grandiosa porque você faz parte dela!
Por: Comunicação Regional
06/11/202516:24- atualizado às 10:38 em 18/11/2025

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Foi em meados de 1969 que um sonho ganhou asas — literalmente. Há quase seis décadas, Ozires Silva, engenheiro aeronáutico, decidiu empreender e criar uma fábrica de aviões. Hoje, considerada uma das maiores do mundo, a Embraer leva em cada aeronave o DNA de uma cidade que respira tecnologia e inovação. É claro que a São José dos Campos daquela época é diferente da que conhecemos hoje.
Pode ser difícil até imaginar: não existiam corredores viários como os atuais, muitas avenidas ainda estreitas começavam a ganhar novo traçado e asfalto — isso sem falar no desenvolvimento dos bairros. A região sul de São José é um exemplo. Quem passa atualmente pela Avenida Cidade Jardim, no Bosque dos Eucaliptos, encontra pistas duplas, ciclovia, arborização, uma grande variedade de comércios e instituições como o SESI. |
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Jair de Oliveira Rocha, em 2025, completou 67 anos trabalhando no SESI. (Comunicação Regional SESI SJC) |
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“Aqui era uma fazenda de búfalos e gado, pegava desde a Tamoios até o Campo dos Alemães. Depois foram loteando e aí cresceu muito porque o SESI veio pra cá. Essa avenida (Cidade Jardim) era de terra, tinha uma pista. Aí fizeram a outra, asfaltaram e melhorou bem”, relembra Jair de Oliveira Rocha, funcionário mais antigo do SESI São José dos Campos. Seu Jair, como é conhecido, guarda muitas lembranças e histórias desde a época em que começou a trabalhar na instituição. “Entrei no SESI em 1958, isso lá na cidade, no centro, rua Vilaça, 497”, conta. Antes de ocupar o prédio atual na zona sul, o SESI São José dos Campos funcionou em outros endereços, como no Centro e em Santana, zona norte. “Acho que foi em meados de 1975 e 1979 que a Companhia Satélite de Terrenos doou tudo isso para o SESI. Chegou a fazer uma doação direta, mas, por questões legais, pegou a documentação de volta, doou para a Prefeitura, que aí sim doou para a Instituição”, relembra.
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Nessa época foi iniciada a construção do Centro de Atividades, com o balneário, algumas quadras, um campo de futebol e uma pista de atletismo. O bloco onde fica a escola já existia e estava em funcionamento. Ele foi entregue em agosto de 1979. O CAT (Centro de Atividades) foi concluído em 1985.
“Tudo foi feito aqui, parede por parede. Faziam as caixas e concretavam, depois tiravam e ficava o paredão. Não era pré-moldado”, conta Jair. Além da característica industrial, com o uso do cimento e blocos aparentes na época, outro detalhe do projeto da construção da unidade chama a atenção e pode ser observado até hoje. Ao olhar a planta baixa, é possível identificar o perfil de uma aeronave. A área escolar fica na região da cauda do avião, enquanto o centro cultural ocupa o bico.
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Foto aérea da unidade CAT “Ozires Silva” – SESI São José dos Campos. (Arquivo)
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“Fico feliz com o convite do SESI para estar aqui. Já participei de alguns projetos do SESI e tenho feito alguns shows. Me coloquei à disposição para estar presente sempre que possível. Fico feliz, ainda mais, porque é uma proposta onde a galera pode apenas reservar o ingresso pela internet e assistir ao show de graça. Então, são coisas nas quais também acredito, ainda mais com a família que tenho hoje e com as minhas propostas de vida. Fico feliz de participar de um projeto como esse. Obrigado, SESI”, disse Dilsinho durante show na unidade de São José dos Campos.
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“Acho que hoje vem gente visitar, pessoas que conhecem a história do SESI, pessoas que conhecem a unidade. Esse abrir de portas com coisas boas, com coisas gostosas, como essa cultura que vem da rua — eu venho da cultura de rua — é também um convite para que as pessoas que não conhecem o SESI possam conhecê-lo", compartilhou Criolo, também durante um show na cidade. |
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O Teatro do SESI São José dos Campos foi inaugurado em maio de 2010, com investimento de quase R$ 5 milhões e recebeu o nome de Felipe Antônio Cury. A escolha do patrono foi devivo à sua trajetória de dedicação ao serviço público, à indústria e ao desenvolvimento econômico local. Dos cinco construídos no Estado de São Paulo, é o único que possui palco com abertura para os dois lados — versatilidade que permite a realização de espetáculos internos e shows com os mesmos equipamentos e infraestrutura. Em 2023, transformou-se em Centro Cultural, com uma programação cultural mais robusta.
Conheça mais sobre a história do Teatro do Centro Cultural SESI São José dos Campos A missão desses espaços é desenvolver e apoiar artistas locais, incentivar ações que fortaleçam a gestão e a produção cultural e impulsionar o desenvolvimento de novos talentos e iniciativas. “Para o SESI, educação e cultura estão ligados. As atividades que realizamos aqui no Centro Cultural contribuem para o enriquecimento do repertório cultural de toda a região do Vale do Paraíba. Acredito que temos um papel muito importante na construção e formação de uma sociedade ainda melhor por meio da cultura em suas várias linguagens”, disse Carlos Frederico D’Avila de Brito, gerente regional do SESI-SP.
Democratizar o acesso à cultura e ser reconhecido pela excelência na oferta de soluções para o desenvolvimento humano, nos campos da cultura, esporte, saúde e produtividade do trabalho, são alguns dos objetivos estratégicos do SESI-SP. Em São José dos Campos, cerca de 1.300 alunos já foram atendidos em 2025 em atividades esportivas, reforçando o princípio da instituição de promover a inclusão e incentivar a formação de novos talentos. A unidade também conta com o Núcleo de Dança, com cursos de balé, jazz e contemporâneo.
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Da base ao pódio: a força do esporte
Desde 1991, o SESI São Paulo conta com um projeto para incentivar a prática esportiva e fortalecer o surgimento de novos talentos. Foi através dessa iniciativa que a história de Kelly Aparecida da Silva Ribeiro se encontrou com a do SESI São José dos Campos. Em 1992, aos 9 anos, foi convidada por um professor para treinar basquete.
“Ele perguntou se eu queria fazer basquete, eu disse que não, não quero fazer esporte. Aí ele falou: você quer usar a piscina? Disse: quero! Aí eu vim porque queria usar a piscina, mas tinha que treinar”, relembra Kelly, que conta ainda que treinou até os 15 anos. “Só que eu já fazia parte da equipe infantil e juvenil do FADENP (Fundo de Apoio ao Desporto Não Profissional, da Prefeitura de São José dos Campos) na época.”
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| “Isso me trouxe muito, para os meus estudos, para minha dedicação pessoal de desenvolvimento. Se no esporte eu tinha oportunidade, por que na vida eu não vou ter? Até eu praticar esporte eu não sonhava em fazer faculdade porque ninguém da minha família era formado. Meu pai tem a sexta série, minha mãe tem a quarta completa. Meus tios, nenhum tinha faculdade. Eu e minha tia fomos as primeiras a nos formar na família. E depois que eu fiz faculdade, meus irmãos fizeram também. Então você vê sua família saindo de um lugar para outro patamar, e eu tenho certeza que foi o esporte que me oportunizou isso. O esporte e essa instituição, por isso eu respeito muito, faço as coisas com muito carinho aqui. E eu queria que as crianças tivessem essa oportunidade que eu tive. Eu não seria quem eu sou hoje se não tivesse passado pelo SESI”, compartilha Kelly. |
Kelly Aparecida da Silva Ribeiro, coordenadora do Centro de Qualidade de Vida do CAT “Ozires Silva” – SESI São José dos Campos. (Comunicação Regional SESI SJC) |
Construção do balneário do CAT "Ozires Silva" SESI São José dos Campos (Arquivo SESI 1983) |
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O legado da educação
A Escola SESI existe em São José dos Campos desde 1960. Os primeiros endereços foram na região central da cidade. De 1970 a 1975 funcionou em Santana, depois foi transferida para Vila Cristina, onde ficou até 1980, até ser transferida para o bairro do Putim, onde permaneceu por três anos. Com investimento do SESI São Paulo na construção de uma sede própria, mudou-se em 1983 para o prédio na Avenida Cidade Jardim, no Bosque dos Eucaliptos. Com ampla infraestrutura e um time de profissionais qualificados, forma todos os anos dezenas de crianças e adolescentes.
Ana Lúcia Rosa da Fonseca Lemasson começou sua trajetória na instituição em 1992, no projeto "Para uma Vida Mais Viva", de ensino integral. Trabalhou na educação infantil, acompanhou de perto os avanços que a educação teve no país e no SESI. Assumiu, em dezembro de 2008, a função de diretora escolar e lidera a unidade de São José desde fevereiro de 2013.
“O SESI sempre procurou manter em sua essência o acolhimento, o olhar sensível ao processo de formação desse estudante na sua íntegra — pensar o estudante como um todo e não de forma fragmentada. Todas as reestruturações sempre trouxeram encaminhamentos pra que a gente pudesse empoderar a formação desse ser”, explica Ana.
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Ana Lucia Rosa da Fonseca Lemasson, diretora da Escola SESI São José dos Campos. (Comunicação Regional SESI SJC) |
Em 2025, Ana completou 33 anos de carreira no SESI. Quando questionada sobre as experiências, aprendizados e vivências que coleciona, não hesita em esconder o amor por ensinar.
“O SESI agregou muito e agrega muito à minha vida. Encontro nele uma empresa que acredita no profissional, valoriza, desenvolve. Então hoje, olhar a Ana Lúcia que entrou aqui com 21 anos e olhar a Ana Lúcia hoje com 55, são anos de busca por crescimento. É uma empresa que atende as expectativas que a gente tem quanto pessoa e profissional, e não é diferente daquilo que a gente almeja para um estudante. É uma empresa que faz a gente acreditar que é capaz de vencer os desafios, amadurecer, se desenvolver profissionalmente. E vejo que muito dessa minha trajetória já deixou e continua deixando marcas. É um legado, sempre acreditando nesse amor à educação, nessa transformação das pessoas, no quanto investir no olhar do outro e acreditar que é possível se modificar está na essência do SESI: cuidar das pessoas”, compartilha. |