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40 anos do CAT “Ozires Silva” – SESI São José dos Campos

O CAT SESI São José dos Campos celebra 40 anos e a nossa história só é grandiosa porque você faz parte dela!

 Por: Comunicação Regional
06/11/202516:24- atualizado às 10:38 em 18/11/2025

 

Foi em meados de 1969 que um sonho ganhou asas — literalmente. Há quase seis décadas, Ozires Silva, engenheiro aeronáutico, decidiu empreender e criar uma fábrica de aviões. Hoje, considerada uma das maiores do mundo, a Embraer leva em cada aeronave o DNA de uma cidade que respira tecnologia e inovação. É claro que a São José dos Campos daquela época é diferente da que conhecemos hoje. 

 

Pode ser difícil até imaginar: não existiam corredores viários como os atuais, muitas avenidas ainda estreitas começavam a ganhar novo traçado e asfalto — isso sem falar no desenvolvimento dos bairros.  A região sul de São José é um exemplo. Quem passa atualmente pela Avenida Cidade Jardim, no Bosque dos Eucaliptos, encontra pistas duplas, ciclovia, arborização, uma grande variedade de comércios e instituições como o SESI.           

   

Construção do CAT SESI SJC (Arquivo SESI SJC - Abril de 1983)

 

“Aqui era uma fazenda de búfalos e gado, pegava desde a Tamoios até o Campo dos Alemães. Depois foram loteando e aí cresceu muito porque o SESI veio pra cá"  

 

         

Jair de Oliveira Rocha, em 2025, completou 67 anos trabalhando no SESI. (Comunicação Regional SESI SJC)  

 

“Aqui era uma fazenda de búfalos e gado, pegava desde a Tamoios até o Campo dos Alemães. Depois foram loteando e aí cresceu muito porque o SESI veio pra cá. Essa avenida (Cidade Jardim) era de terra, tinha uma pista. Aí fizeram a outra, asfaltaram e melhorou bem”, relembra Jair de Oliveira Rocha, funcionário mais antigo do SESI São José dos Campos. Seu Jair, como é conhecido, guarda muitas lembranças e histórias desde a época em que começou a trabalhar na instituição. “Entrei no SESI em 1958, isso lá na cidade, no centro, rua Vilaça, 497”, conta. Antes de ocupar o prédio atual na zona sul, o SESI São José dos Campos funcionou em outros endereços, como no Centro e em Santana, zona norte. “Acho que foi em meados de 1975 e 1979 que a Companhia Satélite de Terrenos doou tudo isso para o SESI. Chegou a fazer uma doação direta, mas, por questões legais, pegou a documentação de volta, doou para a Prefeitura, que aí sim doou para a Instituição”, relembra.   

 

 

  

Nessa época foi iniciada a construção do Centro de Atividades, com o balneário, algumas quadras, um campo de futebol e uma pista de atletismo. O bloco onde fica a escola já existia e estava em funcionamento. Ele foi entregue em agosto de 1979. O CAT (Centro de Atividades) foi concluído em 1985.
  
“Tudo foi feito aqui, parede por parede. Faziam as caixas e concretavam, depois tiravam e ficava o paredão. Não era pré-moldado”, conta Jair. Além da característica industrial, com o uso do cimento e blocos aparentes na época, outro detalhe do projeto da construção da unidade chama a atenção e pode ser observado até hoje. Ao olhar a planta baixa, é possível identificar o perfil de uma aeronave. A área escolar fica na região da cauda do avião, enquanto o centro cultural ocupa o bico. 
         

   

Recorte de reportagem do jornal Agora, de 1985. (Arquivo SESI SJC) 
 
Conheça mais sobre a história do patrono, Ozires Silva

 

Foto aérea da unidade CAT “Ozires Silva” – SESI São José dos Campos. (Arquivo) 
 
Um Centro Cultural que movimenta a cidade 
Nomes como Pitty, Fresno, Criolo, Dilsinho, Vanessa da Mata, entre tantos outros... Artistas que passaram pelo Centro Cultural SESI São José dos Campos e reforçaram a missão da instituição em democratizar o acesso à arte e à cultura. Hoje, as atividades da unidade fazem parte da programação cultural gratuita da cidade e da região do Vale do Paraíba. 
 
A fidelidade do público é resultado do trabalho de fomento à cultura realizado pelo SESI-SP, que, nos últimos anos, ampliou o investimento e a atuação em todas as linguagens artísticas. Entre janeiro e outubro de 2025, o Centro Cultural SESI São José dos Campos recebeu 175 mil pessoas em diversas atividades — música, artes visuais e cênicas, literatura, multilinguagens, dança e audiovisual. No ano anterior, o público foi de mais de 120 mil pessoas. 

   

O cantor Dilsinho se apresentou no Centro Cultural SESI São José dos Campos em agosto de 2024. (Comunicação Regional SESI SJC)      

 

“Fico feliz com o convite do SESI para estar aqui. Já participei de alguns projetos do SESI e tenho feito alguns shows. Me coloquei à disposição para estar presente sempre que possível. Fico feliz, ainda mais, porque é uma proposta onde a galera pode apenas reservar o ingresso pela internet e assistir ao show de graça. Então, são coisas nas quais também acredito, ainda mais com a família que tenho hoje e com as minhas propostas de vida. Fico feliz de participar de um projeto como esse. Obrigado, SESI”, disse Dilsinho durante show na unidade de São José dos Campos. 
 
 

   

Criolo durante show no Centro Cultural SESI São José dos Campos, em julho de 2024. (Comunicação Regional SESI SJC) 

  

   “Acho que hoje vem gente visitar, pessoas que conhecem a história do SESI, pessoas que conhecem a unidade. Esse abrir de portas com coisas boas, com coisas gostosas, como essa cultura que vem da rua — eu venho da cultura de rua — é também um convite para que as pessoas que não conhecem o SESI possam conhecê-lo", compartilhou Criolo, também durante um show na cidade. 
 
 

O Teatro do SESI São José dos Campos foi inaugurado em maio de 2010, com investimento de quase R$ 5 milhões e recebeu o nome de Felipe Antônio Cury. A escolha do patrono foi devivo à sua trajetória de dedicação ao serviço público, à indústria e ao desenvolvimento econômico local. Dos cinco construídos no Estado de São Paulo, é o único que possui palco com abertura para os dois lados — versatilidade que permite a realização de espetáculos internos e shows com os mesmos equipamentos e infraestrutura. Em 2023, transformou-se em Centro Cultural, com uma programação cultural mais robusta. 

Felipe Cury e Ozires Silva (Arquivo SESI SJC)  

 

Conheça mais sobre a história do Teatro do Centro Cultural SESI São José dos Campos

 
A missão desses espaços é desenvolver e apoiar artistas locais, incentivar ações que fortaleçam a gestão e a produção cultural e impulsionar o desenvolvimento de novos talentos e iniciativas. “Para o SESI, educação e cultura estão ligados. As atividades que realizamos aqui no Centro Cultural contribuem para o enriquecimento do repertório cultural de toda a região do Vale do Paraíba. Acredito que temos um papel muito importante na construção e formação de uma sociedade ainda melhor por meio da cultura em suas várias linguagens”, disse Carlos Frederico D’Avila de Brito, gerente regional do SESI-SP. 
 
Democratizar o acesso à cultura e ser reconhecido pela excelência na oferta de soluções para o desenvolvimento humano, nos campos da cultura, esporte, saúde e produtividade do trabalho, são alguns dos objetivos estratégicos do SESI-SP. Em São José dos Campos, cerca de 1.300 alunos já foram atendidos em 2025 em atividades esportivas, reforçando o princípio da instituição de promover a inclusão e incentivar a formação de novos talentos. A unidade também conta com o Núcleo de Dança, com cursos de balé, jazz e contemporâneo.  
 
       

Vista interna da construção do Ginásio do CAT SESI São José dos Campos (Arquivo SESI SJC - Junho de 1983)  
       
Da base ao pódio: a força do esporte 
 
Desde 1991, o SESI São Paulo conta com um projeto para incentivar a prática esportiva e fortalecer o surgimento de novos talentos. Foi através dessa iniciativa que a história de Kelly Aparecida da Silva Ribeiro se encontrou com a do SESI São José dos Campos. Em 1992, aos 9 anos, foi convidada por um professor para treinar basquete.
 
“Ele perguntou se eu queria fazer basquete, eu disse que não, não quero fazer esporte. Aí ele falou: você quer usar a piscina? Disse: quero! Aí eu vim porque queria usar a piscina, mas tinha que treinar”, relembra Kelly, que conta ainda que treinou até os 15 anos. “Só que eu já fazia parte da equipe infantil e juvenil do FADENP (Fundo de Apoio ao Desporto Não Profissional, da Prefeitura de São José dos Campos) na época.” 
 
 
Kelly seguiu na carreira de atleta amadora até os 20 anos, quando começou a faculdade de Educação Física. Nessa época, foi novamente convidada pelo mesmo professor que a descobriu como atleta para retornar ao SESI — mas, desta vez, para ensinar. “Ele tinha uma empresa terceirizada e me chamou para ser estagiária de basquete”, conta. Foi em setembro de 2004 que participou pela primeira vez de um processo seletivo para trabalhar na instituição. Foi aprovada, chegou a atuar em outros cargos até que, em 13 de agosto de 2009, foi selecionada para fazer parte do quadro definitivo de funcionários do SESI. 
 
Atualmente, é coordenadora do Centro de Qualidade de Vida do CAT “Ozires Silva” – SESI São José dos Campos. Escreveu sua trajetória com aprendizados em outras unidades, com colegas e equipes com quem trabalhou. Entre tantos desafios, colocou em prática valores que aprendeu com o esporte: resiliência e empatia. 
 
 “Isso me trouxe muito, para os meus estudos, para minha dedicação pessoal de desenvolvimento. Se no esporte eu tinha oportunidade, por que na vida eu não vou ter? Até eu praticar esporte eu não sonhava em fazer faculdade porque ninguém da minha família era formado. Meu pai tem a sexta série, minha mãe tem a quarta completa. Meus tios, nenhum tinha faculdade. Eu e minha tia fomos as primeiras a nos formar na família. E depois que eu fiz faculdade, meus irmãos fizeram também. Então você vê sua família saindo de um lugar para outro patamar, e eu tenho certeza que foi o esporte que me oportunizou isso. O esporte e essa instituição, por isso eu respeito muito, faço as coisas com muito carinho aqui. E eu queria que as crianças tivessem essa oportunidade que eu tive. Eu não seria quem eu sou hoje se não tivesse passado pelo SESI”, compartilha Kelly.    

Kelly Aparecida da Silva Ribeiro, coordenadora do Centro de Qualidade de Vida do CAT “Ozires Silva” – SESI São José dos Campos. (Comunicação Regional SESI SJC) 

 

O esporte e essa instituição, por isso eu respeito muito, faço as coisas com muito carinho aqui. E eu queria que as crianças tivessem essa oportunidade que eu tive. Eu não seria quem eu sou hoje se não tivesse passado pelo SESI”, compartilha Kelly. 

 
Histórias como essa fazem parte do legado construído pelo SESI São José dos Campos nestas últimas quatro décadas, especialmente nos últimos dois anos. Desde 2024, a unidade retomou as turmas de competição com as modalidades de natação e basquete. “Eu tive oportunidade de viver isso e queria que as crianças que aqui estão também tivessem. Não só participar, mas ter o foco, ir além. Entender que o esporte não oportuniza pra você só a prática, convivência com pessoas que têm a mesma paixão que você, mas oportuniza se desenvolver, vencer desafios, evoluir em degraus”, conclui Kelly. 
 
Construção do balneário do CAT "Ozires Silva" SESI São José dos Campos (Arquivo SESI 1983) 
 
Atualmente, os alunos da Escola SESI podem praticar atividades físicas no Centro de Atividades no contraturno escolar. O Programa SESI Esporte (antigo Programa Atleta do Futuro e Programa Atleta do Ano 2000) atende crianças e adolescentes com metodologia atualizada, baseada em avanços pedagógicos e científicos, para melhorar o desenvolvimento dos alunos e atletas. O programa também beneficia estudantes da rede pública de ensino. 
“Eu acho que essa parceria entre esporte e educação, educação e esporte, não tem como desassociar. Você precisa trabalhar de forma integrada, estabelecendo essa conexão, porque os valores trabalhados no esporte só agregam ao currículo escolar. Então, quando a gente pensa nos valores e na missão da escola, que é ensinar, tudo que perpassa esse currículo vem acrescentar na aprendizagem deles e trazer também um sentimento de pertencimento”, complementa Ana Lúcia Rosa da Fonseca Lemasson, diretora da escola do SESI São José dos Campos. 
 

Construção da Escola SESI São José dos Campos (Arquivo SESI SJC)     
  
O legado da educação 
 
A Escola SESI existe em São José dos Campos desde 1960. Os primeiros endereços foram na região central da cidade. De 1970 a 1975 funcionou em Santana, depois foi transferida para Vila Cristina, onde ficou até 1980, até ser transferida para o bairro do Putim, onde permaneceu por três anos. Com investimento do SESI São Paulo na construção de uma sede própria, mudou-se em 1983 para o prédio na Avenida Cidade Jardim, no Bosque dos Eucaliptos. Com ampla infraestrutura e um time de profissionais qualificados, forma todos os anos dezenas de crianças e adolescentes. 
 
Ana Lúcia Rosa da Fonseca Lemasson começou sua trajetória na instituição em 1992, no projeto "Para uma Vida Mais Viva", de ensino integral. Trabalhou na educação infantil, acompanhou de perto os avanços que a educação teve no país e no SESI. Assumiu, em dezembro de 2008, a função de diretora escolar e lidera a unidade de São José desde fevereiro de 2013. 
 
“O SESI sempre procurou manter em sua essência o acolhimento, o olhar sensível ao processo de formação desse estudante na sua íntegra — pensar o estudante como um todo e não de forma fragmentada. Todas as reestruturações sempre trouxeram encaminhamentos pra que a gente pudesse empoderar a formação desse ser”, explica Ana. 
 
 

“O SESI sempre procurou manter em sua essência o acolhimento, o olhar sensível ao processo de formação desse estudante na sua íntegra — pensar o estudante como um todo e não de forma fragmentada. Todas as reestruturações sempre trouxeram encaminhamentos pra que a gente pudesse empoderar a formação desse ser”, explica Ana. 

 
 
 

Ana Lucia Rosa da Fonseca Lemasson, diretora da Escola SESI São José dos Campos. (Comunicação Regional SESI SJC)

   
 

 

Em 2025, Ana completou 33 anos de carreira no SESI. Quando questionada sobre as experiências, aprendizados e vivências que coleciona, não hesita em esconder o amor por ensinar. 

 

“O SESI agregou muito e agrega muito à minha vida. Encontro nele uma empresa que acredita no profissional, valoriza, desenvolve. Então hoje, olhar a Ana Lúcia que entrou aqui com 21 anos e olhar a Ana Lúcia hoje com 55, são anos de busca por crescimento. É uma empresa que atende as expectativas que a gente tem quanto pessoa e profissional, e não é diferente daquilo que a gente almeja para um estudante. É uma empresa que faz a gente acreditar que é capaz de vencer os desafios, amadurecer, se desenvolver profissionalmente. E vejo que muito dessa minha trajetória já deixou e continua deixando marcas. É um legado, sempre acreditando nesse amor à educação, nessa transformação das pessoas, no quanto investir no olhar do outro e acreditar que é possível se modificar está na essência do SESI: cuidar das pessoas”, compartilha.