Apresentações nos dias 14, 15 e 16 de fevereiro
Por: Comunicação Regional *em colaboração com SESI-SP
03/02/202509:43- atualizado às 09:43 em 03/02/2025
O Centro Cultural SESI São José dos Campos recebe o espetáculo "Não conta pra ninguém" nos dias 14, 15 e 16 de fevereiro. As apresentações acontecem às 20h na sexta e no sábado, e às 19h no domingo. Para assistir, é necessário reservar o ingresso pelo Meu SESI.
O espetáculo é um monólogo, idealizado e protagonizado pela atriz e cantora Helga Nemetik, com dramaturgia de Juliana Rosenthal e direção de Michelle Ferreira. A trama aborda um drama pessoal vivido pela atriz e sua trajetória de superação.
Na peça, uma talentosa atriz de musicais descobre, prestes a fazer a audição mais importante de sua carreira, que não consegue mais cantar. Após uma longa investigação, ela percebe que a causa de seu problema vocal pode não ser física. Determinada a recuperar sua voz, sua única alternativa é enfrentar os segredos do passado.
A peça "Não conta pra ninguém" tem dramaturgia de Juliana Rosenthal, autora de diversas produções teatrais, incluindo "O Inferno Sou Eu", estrelada por Marisa Orth. No cinema, assinou o roteiro da comédia "O Amor no Divã", e, na TV, esteve à frente da série "Hard", da HBO, além de colaborar com "Os Homens são de Marte…", do GNT. Juliana também foi roteirista-chefe de "Não foi minha culpa", série dirigida por Suzanna Lira para o Star+, e atualmente desenvolve um novo projeto para a Amazon Prime.
A direção do espetáculo fica a cargo de Michelle Ferreira, que já escreveu e dirigiu a peça "Eu não sou Harvey". Michelle também foi roteirista da série "Não foi minha culpa", e é autora das peças "Bárbara", estrelada por Marisa Orth, e "A última entrevista", com Marília Gabriela e Theodoro Cochrane, sob direção de Bruno Guida. Seu talento como dramaturga foi reconhecido com indicações ao Prêmio Shell, em 2013, por "Os adultos estão na sala", e ao Prêmio Bibi Ferreira, por "Uísque e Vergonha".
A equipe criativa do projeto também conta com os produtores Marcelo Aouila e Julliana Della Costa.
“Nunca contei a ninguém sobre o abuso sexual que sofri na primeira infância, uma fase em que descobertas e afetos são levados para o resto da vida. Quantas mulheres próximas a você passaram por situações como essa e você nunca imaginou?”, questiona Helga Nemetik.
O abuso, seja contra uma criança ou uma mulher adulta, representa a retirada do direito sobre seu próprio corpo, seja pela força ou pela manipulação emocional.
A violência sexual, infelizmente, ocorre com frequência na infância e adolescência. Entre 2017 e 2020, foram registrados 179.277 casos de estupro ou estupro de vulnerável com vítimas de até 19 anos – uma média de quase 45 mil casos por ano. Do total, 62 mil vítimas tinham até 10 anos, representando um terço dos casos.
Com este trabalho, o objetivo é abordar teatralmente, de maneira sensível e poética, o abuso sofrido por mulheres no século XXI. A peça busca incentivar as vítimas a denunciarem e propõe formas de acolher e amenizar as dores das mulheres que passaram por essa violência.
“Não conta pra ninguém é um espetáculo que convida o público a uma experiência reflexiva sobre o silenciamento das mulheres em situações de abuso. Com uma montagem forte e direta, sem perder a delicadeza, o espetáculo também faz um chamado para que mulheres e homens ergam suas vozes. O SESI-SP acredita em criações que proporcionam novas perspectivas artísticas e, neste espetáculo, reafirma seu valor essencial: a arte e sua função educadora”, explica Eliane da Rocha, analista de Atividades Culturais do SESI-SP.
Oficina "ANARCODRAMATURGIA - A Prática da Fúria"
No dia 15 de fevereiro, das 15h às 18h, será realizada a oficina "Anarcodramaturgia - A prática da fúria"", uma atividade prática de dramaturgia ministrada por Michelle Ferreira, dramaturga e diretora premiada, com diversos textos encenados no Brasil e no exterior. Para participar é necessário preencher um formulário online, disponível na página do Meu SESI. Clique aqui para acessar a página. As vagas são limitadas e a oficina é voltada para dramaturgos iniciantes a partir de 18 anos.
O objetivo é convocar os participantes a escrever textos inéditos e/ou a se aprofundar em trabalhos já em andamento e fomentar uma nova safra de textos contemporâneos. Através de uma aula expositiva mesclada com exercícios práticos, os oficineiros poderão experimentar e compartilhar seu material a fim de receber feedbacks específicos para o desenvolvimento de sua autoralidade.
A prática da fúria é mais um desdobramento da pesquisa de Ferreira sobre a escrita teatral, que mistura filosofia, teatro, história, esquizofrenia, ética, política, delírio e uma forte dose de desobediência. Não uma teoria sobre dramaturgia, mas uma reflexão nômade sobre a prática da escrita cênica, que possam despertar a sensibilidade dos participantes tanto ética como esteticamente. A responsabilidade de um dramaturgo é ser um agente moral, de uma nova moral não excludente, não hierárquica, não patriarcal, não racista. Escrever e aceitar a responsabilidade com todas as consequências, autogerir-se, expressar-se, ter coragem. Ser político e nunca totalitário. Apresentar a verdade sobre assuntos de significância humana para um público que pode fazer algo a respeito.